Um desamor devastador e o renascer...

Fotos by @julianacaribefotografia para o projeto @todanudez_

Uma intensa trilha sonora para enredar essa despedida sofrida e necessária. Deixa rolar o som e se permita viver o sentimento que vier. Se quiser, me conta, o que veio pra você ao ler essa intensa carta.


A carta de hoje é sobre mais um buraco que me coloquei e do qual escolho sair. Sobre mais um episódio de um novembro devastador. Que me colocou de frente pro espelho e fez minhas máscaras cair. Que me mostrou o melhor e o pior de mim. E, por tudo isso, muito me encantou. Porque fez eu me enfrentar. Me inspirou a diversos papéis experimentar. Me botou em contato com meu eu inferior. E com o meu eu superior. Foi verdadeiro nos ligeiros e fugazes momentos. Porque foram trocas genuínas. Uma energia absurda. Uma conexão profunda. Um olhar mágico. Regado a muita música. E bota música. E, apesar da dor de uma verdade unilateral não correspondida, eu escolho a melhor saída. Regada a poesia. Críticas. Reconhecimentos. E me despeço com louvor. Desse lindo amor de ilusões. Ilusões por mim mesma criadas. Mas que foram muito bem alimentadas num jogo sedutor. Mas até a minha ingenuidade genuína tem limites. Até o meu lado pisciano e sonhador, carente de amor, sabe dar um basta. E por isso essa carta. Para botar para fora todo esse sentir. Toda a dor que habita em mim. Toda a contradição aqui inerente. Toda verdade não absoluta presente. Toda a áurea de amor que eu criei. Toda a energia que eu permiti circular.  Todas as poesias que emanaram desse desamor. E a gente sente. Sente. E sente... e bola pra frente! E que novembro fique lá no seu lugar, no passado de 2017, sete, portal, mundo espiritual. Tchau!

Sobre a queda

 Sobre a impermanência 



Desabafos de uma desilusão
(Por Luana Souza)

Quem são esses homens?
Que em nome do amor
Fazem desamor
Que em nome do sentir
Provocam dores
Que em nome da liberdade
Fazem sufocar
Que em nome da alegria
Causam tristeza
Que em nome da diversão
Zuam a vida alheia
São homens
E isso já quer dizer muita coisa
Pra quem é mulher
E adora se iludir
Pra quem é profundo
E se mete em coisa rasa
Pra quem não teme viver
E a vida de frente encara
Pra quem defende a liberdade
E sabe o tanto que ela arde
Pra quem tanto curte Tim Bernardes
E mergulha na intensidade...
Nessas horas vem as máscaras
Da compreensão sem medida
Da alegria sucumbida
Do sorriso amarelado
Do riso desesperado
Do choro contido
E vem a pura verdade
Do reconhecimento de si
Da sua força motriz
Do seu poder de renascer
A cada morrer
Da responsabilidade
Pela ilusão por ti própria criada
Do orgulho
Por se permitir viver
Entendendo
Que a vida é um eterno mover
Que o risco faz parte
Que o choro desopila
Que se enfrentar sem medida
É de, fato, viver a vida de verdade
Então, vem uma possível  resposta
De quem esses homens são
Perdidos numa sociedade
Tão arcaica e precária de verdades
Tão presa em aparências sorrateiras
Tão rasa e sem valor
Tão caótica e repressora
Tão ditadora da falsa felicidade
E que nega o sentir
Que pra ser homem tem que ferir
Que pra ser homem tem que se oprimir
Que pra ser homem não se pode sentir
Que pra ser homem há que dominar
Que pra ser homem não se pode amar
Que pra ser homem tem que saber caçar
Que para ser homem geral tem que se pegar
Que para ser homem não se pode envolver-se
...
É, o mundo há de mudar
Porque hoje, nós mulheres
Estamos a tatear
Inclusive a experimentar
Esse lugar de ser algoz
Mas isso é se colocar
No lugar do desamor
É virar o opressor de quem oprime
E se tornar o que se degrini
E por isso
Eu escolho
Sair fora desse rolo
Porque eu não tenho dificuldade
Em admitir minha fragilidade
Em permitir a honestidade
De sentimentos e sensações
E por mais adjetivos que a isso se dê
Eu digo que pra mim isso é viver
De verdade e com responsabilidade
Admitindo minhas loucuras, devaneios e fugas
Reconhecendo o meu eu inferior
Assumindo minha parte nesse jogo sedutor
Que machuca e assusta
Mas que ajuda  a reconhecer
O que é que eu não quero ser
Porque pra mim cada pessoa tem o seu valor
E, por mais perdido que se esteja
É preciso ter ética e braveza
De domar as próprias rédeas
E assumir  a sua cor
A sua dor
A sua busca interior
Vai novembro, passa, por favor!


 Sobre o desejo de recolhida


A última trilha sonora é aquela do último encontro. Que alimentou em mim um pouco mais de ilusão. Que me deu carga para superar semanas difíceis. Que transbordou em meu coração. 



Sobre a nova abertura para a vida e o próximo reflexo que quero ver espelhar

Vem 2018, vem me amar!



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