Arara + Caju = Aracaju

Já aprenderam, né? Deixem a música rolar enquanto vocês lêem a carta. Vamos lá!


Estou muito surpreendida. A viagem pra Aracajú foi planejada no final de 2016 pela minha família. Eu era casada na época. Tia Lena e tio Hott, que frequentam aqui há mais de 20 anos, nos chamaram pra compor o grupo. Um amigo da família tem uma big casa com seis suítes, piscina e tudo o mais em Aruana, bem pertinho da Praia. Lugar nobre. Lugar cheio de natureza. Alugamos a casa. Duas semanas. Resolvemos passar o Reveillon aqui. Aí me separei, mas já tinha pago parte da viagem. Resolvi vir com Gurute. Estaria com minha família. Teria meu reencontro com o mar. Gurute e eu precisávamos passear. Eu realmente precisava viajar. Viemos. Dois dias de viagem de carro. Comboio familiar. Top.

Ao chegar aqui os encantos e os presentes começaram. Primeiro a casa. Depois a Alda que ficou conosco pra cozinhar e cuidar da casa. Pessoa singular. Virou amiga da família. Ofereci meu lar pra quando ela quiser ir pra Brasólia. Virou brother. Ou melhor, sister, Rs!

Primeiro dia foi pra descansar. Segundo tive meu reencontro com o mar. Vocês puderem ler aqui. A emoção tomando conta.

As praias são mágicas. Muita areia pra chegar ao mar. Dá pra caminhar, sentir o vento bater na cara, a maresia chegar. As barracas são muito legais. O mercado imobiliário ainda não dominou a orla. Tem muito espaço livre e não se vê prédios à beira mar. Vamos ver até quando a resistência aguentará a pressão do capital.

A energia é serena. Como essa música do Caetano. Restauradora.

Conhecemos o centro histórico. Praças, museu sergipano, mercado Municipal, feiras de artesanato.






Dia 31, caminhando de manhã à beira mar, meditei por todos nós. Por um ano melhor.
O mar começou a devolver flores que alguem já tinha ofertado a iemanjá. Fui as seguindo e devolvendo ao mar. Cai numa gira de candomblé. Em frente ao mar. Não resisti e fui participar. Chispito me encontrou e topou a imersão. Fomos muito abençoados e acolhidos. Nos preparamos pro ano novo chegar. Ofertamos flores a Iemanjá. Conheci a Ana. Que me acolheu fraternalmente. Trocamos contatos e também ofereci meu lar para acolhê-la quando for a Brasília.





Fomos à São Cristóvão. A primeira capital sergipana. Historia pura. Adoro esses rolês culturais. Lá conhecemos seu Fernande, melhor guia local. Pai de três filhos. Conhecedor da cidade toda. Até dentro da Câmara Municipal fomos tomar água. Casa do povo, não é?










Lá conhecemos museu sacro, histórico, da Polícia Militar. Fomos ao convento onde morou irmã Dulce. Onde hoje existem frades franciscanos (amo São Francisco de Assis). Conheci a obra de cordel de dona Alda. Dona de mais de 130 cordéis. Coisa rara. Geralmente nos deparamos com o universo masculino no mundo do cordel. E teve o Nivaldo. Artista local. Faz azuleijos entalhados em Madeira, pintados e depois são "ceramificados" (acabei de inventar essa palavra). Enquanto estávamos em seu Ateliê ele era entrevistado e acabamos participando. Não deixem de conhecer a bela e singular arte do Rivaldo. Fui ao CRAS de lá, ao Conselho Tutelar. Coisa de assistente social que curte ver como está a política nacional e a realidade dos municípios. E não deixa de ser rede. Fazendo rede. Olha a rede. Kkkkkkk




Vi as riquezas de Aracajú. As pobrezas também. Vi a cultura popular. O ecumenismo religioso. O olhar firme do povo nordestino. O sorriso contagiante. O sotaque lindo. O gingado.




Assisti ao filme da Disney que me emocionou. Fala sobre ancestralidade e da festa aos mortos da cultura mexicana. Inevitável não lembrar da vó, tia e pai. Indico demais. A vida é uma festa. Gurute amou.

Conhecemos a Crôa do Goré. A pequena ilha de areia branca que surge somente na baixa maré. Água salgada e doce. Cercada por manguezais. Foi um passeio mágico esse. Alta vibração total.




E, um momento de muita emoção. Aracajú abriga a única sede fixa da Core Energetics no Brasil. Existem só mais três no mundo, sendo duas nos EUA e uma na Europa. Casa Core. A Anancy foi lá me acolher, me apresentar o belo lugar. Sei nem descrever o tamanho da minha gratidão. Muita emoção. Obrigada Anancy e Edu, que fez o contato fluir. Sou toda CORE, hehehe.


E é isso minha gente. Amo viajar. Amo sentir a cidade. Ver como o povo de cada lugar vive. Andar de baú. Ir aos locais turísticos. E aos não turísticos também. Imergir na vida local. Fazer amizades. Trocas genuínas. Me sentir pertencente. Deixar um pouco de mim e levar um pouco do lugar.

Essa viagem ficou pra história. Aracaju marcou um momento singular na minha história. Não poderia ter estado em melhor lugar para ver 2018 chegar. E com minha família. Tempo de me reconectar. E agradecer, agradecer e o belo contemplar.

E aquela musiquinha animada pra fechar... simbora viajar! Aracaju tem um ar misterioso...





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