Quero um novo reflexo no meu espelho...

Foto: @julianacaribefotografia para o projeto @todanudez_

Estou imersa em uma profunda reflexão (novidade, rs!). Caramba. Solteira há seis meses. Já contei aqui antes. Namoro desde os 15 anos de idade. Meu último relacionamento convencional durou 10 anos. Casamento. Separação. Estou solteira há seis meses. Desafio, viu?  Até ano passado tinha plena consciência que não estava preparada para me relacionar “seriamente” com ninguém. Ainda assim, me meti em confusões muito engraçadas, para não dizer o contrário. Eu sou intensa pra caramba. Quem convive comigo em qualquer espaço sabe disso. Sou profunda. Não aceito 1+1=2. Quero saber o porquê de dois uns, o porquê do dois ser dois. Se trocar de lugar muda algo? Porque será que chamamos o um de um? E de onde veio a afirmação de que um mais um dá dois? Quem inventou isso? É, eu sou essa pessoa. Só rindo mesmo. Porque ser assim é complexo pra caramba. Eu juro que tenho simplificar as coisas, ter objetividade, foco e nitidez. Mas ser pisciana com Vênus em Peixes e Lua em Escorpião... É muita água num signo só. Ainda bem que tem o fogo de Áries. Mas Áries tem intensidade também. Lascou de vez. E o lado vingativo e rancoroso de Escorpião então... J-SUIS!

A música de hoje é sobre Espelho. Isso. Toda relação é um se olhar no espelho. Por isso a foto. Por isso essa canção do deuso Niall Horan. Liga o som aê e se joga!


Então o lance da reflexão de hoje (e de quase todo o blog, na verdade) são relacionamentos. Afinal, somos seres sociais. Somos nas relações. Somos relações com nós mesmos e para além de nós. Portanto, as relações com os outros são reflexos. É como se o outro fosse um espelho. E no ato de nos relacionar vemos nosso reflexo. Isso é muito mágico para mim. Porque fomenta autoconhecimento. E eu tô bitolada nessa parada. Para poder quebrar meus próprios padrões não saudáveis. Reconhecer minhas máscaras. Abalar couraças. Coisas que a CORE ENERGETICS traz pra sua vida, hahaha.

Logo, para mim, como típica pisciana, a base de tudo é AMOR. E falar de amor na pós-modernidade é uma coisa altamente revolucionária e vista, por muitos, como utópica e clichê (lamento muito isso). E aí é onde entram os autores pós-modernos e eu destaco aqui o Zygmunt Bauman e o Friedrich Nietzsche.

Primeiro preciso assumir que li pouco sobre eles. Muito na época da graduação e do mestrado. Alguns filmes, curtas e vídeos. Alguns textos na atualidade. Então faço aproximações do pensar bem pouco acadêmicas, beleza?

Bauman (no texto que colo aqui se você quiser ler mais) afirma que “para ser feliz há dois valores essenciais que são absolutamente indispensáveis [...] um é segurança e o outro é liberdade. Você não consegue ser feliz e ter uma vida digna na ausência de um deles. Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um completo caos. Você precisa dos dois. [...] Cada vez que você tem mais segurança, você entrega um pouco da sua liberdade. Cada vez que você tem mais liberdade, você entrega parte da segurança. Então, você ganha algo e você perde algo".

Sempre tive birra com autores da pós-modernidade. Mas hoje, aos 31, e depois de tantas vivências, tenho que reconhecer o quanto Bauman é cabuloso. Amor liquido. O nosso medo de amar. De nos comprometermos. Hoje admiro e tiro meu chapéu. Tenho dificuldade com o viés niilista. Mas é importante reconhecer a sombra, o eu inferior, os desafios da humanidade. Sem dúvida, falar de amor e relacionamentos na pós-modernidade é algo absolutamente revolucionário. Que não percamos certos princípios e valores, como traz a reflexão de Nietzsche sobre a genealogia dos valores. Da moral.  

Numa pesquisa no google, no Wikipédia, achei essa reflexão aqui. Que mostrou que preciso estudar mais Nietzsche. Pois, o cara é um defensor do amor, na verdade. E não o contrário. Ele critica justamente os padrões estabelecidos. A moral. Os valores. Muitas vezes cristãos. A lógica do poder. De classe. E o quanto essa loucura toda é adoecedora e trágica para a nossa vida em sociedade. Por isso, ele, tão incompreendido. Já assistiram “Quando Nietzsche chorou?”. Vale a pena. Quero resssignificar esse cara e sua obra (talvez em outra existência eu consiga ler tanta coisa que desejo).

Outros autores, entretanto, não pensam que Nietzsche seja um autor do niilismo, mas ao contrário um crítico do niilismo. Na genealogia da moral o filósofo faz críticas abertas ao niilismo, que para ele seria uma "anseio do vazio", uma manifestação dos seres doentes aonde se conformam e idealizam o vazio e não um verdadeiro estado de força. Além disso, para ele o homem pode ser, além de um destruidor, um criador de valores. E os valores a serem destruídos, como os cristãos (na sua obra, faz menção à doença, à ignorância), um dia seriam substituídos pela saúde, a inteligência, entre outros. Tal afirmação se baseia na obra Assim falou Zaratustra, onde se faz clara a vinda do Além-homem, sendo criar a finalidade do ser. Tal correspondência é totalmente contrária ao niilismo, pelo menos em princípio. Ou um "niilismo positivo", para Heidegger. Todavia, Nietzsche, contrário ou não, não deixando escapar de suas críticas nem mesmo seu mestre Schopenhauer nem seu grande amigo Wagner, procurou denunciar todas as formas de renúncia da existência e da vontade. É esta a concepção fundamental de sua obra Zaratustra, "a eterna, suprema afirmação e confirmação da vida". eterno retorno significa o trágico-dionisíaco dizer sim à vida, em sua plenitude e globalidade. É a afirmação incondicional da existência(grifos meu).

Aí vou trazer a voz de uma mulher, claro! Uma guia para mim, na verdade.  Em Criando União, a Eva Pierrakos dá uma outra grande lição. Traz elementos como a compulsão para recriar e superar as mágoas da infância, amor e sexo, a ligação da força vital às situações negativas, do eu inferior, da interação negativa e inconsciente a escolhas conscientes do amor, o relacionamento na era da consciência expandida, a fusão: o significado espiritual da sexualidade, o novo homem e a nova mulher. Não terminei de ler esse livro. Quando comecei vi que meu casamento havia acabado. Então parei. Não queria enfrentar. Agora voltarei a ler. Quero buscar me enfrentar um pouco mais. Quero achar alguém nessa auto-busca.

Quero caminhar junto, sabe? Não tem certo e errado. Tem busca, tentativa, respeito, auto reconhecimento de si para poder estar com o outro. Enfim, é isso. E é muito. E, ao mesmo tempo, nada. Não quero relações líquidas. Quero solidez. E coragem para viver os eternos desafios do viver. Lá vem...


 Quero um novo reflexo no meu espelho!

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