Quando eu era pequena, eu me lembro...


Peço licença à Jujuba, ao Galego e ao Jão, pois falar da minha infância requer falar deles. Éramos um quarteto. Temos uma família com mais de 30 primos. Mas nós tínhamos faixas etárias próximas e, portanto, crescemos juntos.

Lembro da gente pulando na cama da vó e ela quebrando. A gente saía correndo e se escondia na esquina da rua. Dã! Fizemos isso algumas vezes.

A gente fazia piquenique na rua. Batizado das bonecas. Subia em árvore. Brincava de mamãezinha da rua (meu joelho nunca vai esquecer essa brincadeira). Até hoje o poste de luz da frente da casa da minha mãe tem o nome do Jão e Galego. Coisas de quem teve uma infância feliz e se sentia donos da rua, hahaha.

No carnaval tinha bati bola. A canção homofóbica da minha infância: "bate bola, bate o pé, só apanha de mulher. Se for homem vem aqui, se for bicha fica aí. Bicha!". Kkkkkkkkkkkk surreal!

No natal, após tia Irene e a vó irem deitar, a gente ia pra árvore desvendar os presentes. Até desembrulhar e depois embrulhar de novo a gente fazia.

Uma cena bem cômica. Estávamos almoçando na casa da minha mãe. Eu inventei de brincar de hipnotizar o Jão. E o bixo entrou tanto na brincadeira que tomou um copo com vinagre. É, a gente não era gente não, rs!

Jujuba e eu quase morremos três vezes no mesmo dia. Fomos de bicicleta da casa da minha vó para a casa da minha mãe, no Jardim Roriz. Vi pelo Google maps que dá uns 3 km. Pois bem. La fui eu pedalando a minha bike Ceci Caloi, presente do tio Geraldo e tia Marly (ela era roxa, feminista desde criança). Jujuba na garupa. Primeiro, um cara esbarra no guidom e eu entro na frente de um carro. Respira, não fomos atropeladas. Seguimos. Perto da feira de hortifrutigranjeiros de Planalcity a gente quase tomba na frente de outro carro. No balão que separa a quadra 3 da 2 da Vila Buritis, paramos pra esperar o trânsito acalmar e vem um ônibus e quase acerta a gente. Caraca. Criança realmente tem anjo da guarda forte. Somos prova viva!

E a Elba do tio Zé? A gente ia amontoado no porta malas. Ninguém nunca morreu.

Todas as férias eu pegava piolho da Jujuba. Oh bicha do sangue doce!
Também já quebrei perfume dela.

Na casa da 02, em Sobrado City, a gente tinha uma árvore na ponta da rua. Levávamos travesseiros e a caixa de Gibis. Ficávamos lá, lendo turma da Mônica, até tinha Lena chamar pro almoço/lanche.

Galego quebrou o braço e teve fratura exposta ao tentar empinar a bike na rampa. Tinha intestino preso e amava goiaba. Péssima combinação hahaha.

Outra cena cômica. Nós 04, no banheiro da casa da Vó, ainda com azuleijos azuis, dando 3 descargas e chamando a mulher de algodão. Relógio de alguém fez reflexo no azuleijo e a gente saiu desesperado, gritando do banheiro. Os adultos nada entenderam.

Jão e galego dormindo juntos no colchão da sala. Acordando abraçadinhos. Jão infectando os banheiros alheios com seu número 2 altamente tóxico (Gurute puxou o tio dindo). Jujuba irritada na almadiçoada TPM cabulosa. Eu fazendo graça de tudo. A gente quase enfartando o Júnio ao bater tampa de panela cantando parabéns. Cenas, várias cenas divertidas. A gente curtiu demais.

Hoje, Jujuba, Galego e Jão são padrinhos do meu ex-casamento. Eu sou da Ju. Jão é do Galego. Ju e Jão são padrinhos de batismo do meu filho. Galego e eu trabalhamos na mesma secretaria. Altos fightes, zua! A real é que a gente não se desgruda. Não importa onde cada um mora, o tempo que não se tem, a visão de mundo distinta. Estamos conectados por toda nossa existência. E quão significativa é! Quanta história vivida, partilhada. Quanto apoio ainda nos damos mesmo na correria do dia-a-dia. A gente sabe que pode contar um com o outro. Always. Sempre. Forever and ever. You stay in my heart ... huauahahuabua

Amo ceis tudo. Quarteto fantástico da minha infância. Primos-amigos-irmãos dessa vida!

E, hoje, é niver do Galego. Tá trintando. Fica esse registro como uma espécie de presente de aniversário diferente (Lembra das mensagens por um mês e da cesta de doces no ensino médio?). Amo tu!

A trilha sonora foi TV Colosso...saudade! Acrescentei mais uma trilha sonora ao final.













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