Visitante, esse dia e the sweet child

 Há pouco mais de um ano comecei um jardim. Não podia ter sido iniciado sem a força de quem me pariu. Então foi ela, minha mãe, quem arrancou a grama, mexeu a terra com a enxada, cavou os primeiros buracos e, junto de Miguel e eu, plantou a primeira trepadeira. A amoreira. O pé de metiolate. Colocamos os tijolinhos em volta. Adubamos. Molhamos. E foram apenas oito meses até a cerca dos fundos de minha casa estar completamente fechada, cheia de folhas verdes que parecem corações e já com algumas flores. Plantei mais cinco pés de trepadeiras depois disso. Um monte de ervas pra consumo. Pra banhos. Presenteio pessoas com ramos de lavanda. Quem me visita acha que foi rápido. Até foi. Mas é verdade que todos os dias, uns mais e outros menos, foi preciso dedicação. Dias ensolarados. Dias chuvosos. Dias leves. Dias pesados. Dias doídos. Dias alegres. Dias confusos. Inquietamente movidos. Segui, independente de qualquer coisa, com o propósito. Queria verde. Vida. Pé no chão. Um pequeno espaço de contemplação. Especialmente pros dias que meus olhos enxergam tudo cinza. Vi o processo da vida acontecer. A cada galho, rama, pedacinho a crescer. Podar ainda é um desafio. Então chamo a minha mãe. Tenho muito ainda a aprender com ela. E entre os visitantes do sócio (Deus), os beija-flores são as novidades. Vinham rapidamente. Passaram a ficar um pouco mais. Pousar no varal a tarde. Agora passam por aqui várias vezes ao dia. Pousam. Me deixam chegar perto. Batem suas asas coloridas e voam. Sinto meu peito preenchido. Uma gratidão por essa pequena dose de natureza. De beleza genuína e tamanha abundância. Floresce e cresce dentro e fora de mim. Pequeno jardim.



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