Pequeno jardim

Tem três gerações de mãos aqui.
As da minha matriarca, do meu filho e as minhas.
Não é só um pequeno jardim.
É refúgio pros dias cinzas, que rapidamente ficam verdes vivos, com pequenos amarelos, vermelhos, lilás e rosas escondidos.
É uma mistura que parece sem sentido, mas tem muito sentido de vida e caminho pra mim.
Sempre tem uma planta encerrando seu ciclo e novas brotando.
Sempre tem abelhas, borboletas, lagartas, formigas e beija flores ligeiros passando.
E não passam despercebidos.
Se não são os meus, são os olhos do meu menino que apreciam essas miudezas.
É de onde vem base para temperos, chás, banhos e escalda pés.
Tem fases, como as estações do ano.
Vez ou outra um ataque de alguma praga pede atenção pro cuidado da terra.
Que de tempos em tempos pede pra ser adubada. Mexida.
Tem movimento. Tem quietude. 
Tem sempre um galho se movendo até no vento mais calmo.
E tem o vento forte que desgarra aquelas flores e folhas já amortecidas.
Ele me mostra o lado bom do meu orgulho.
Ele me ensina tanto sobre a vida.
Tem sempre algo imperceptivelmente diferente.
Que vai se acumulando e boom, parece que mudou tudo de repente. 
Mas é que ele muda lentamente.
Ah! Esse pequeno jardim!
Ele cresce fora e dentro de mim. 




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